Fintechs oferecem renda fixa de mais de 300% do CDI. Entenda como funciona
O mercado de startups anda aquecido. No ramo das fintechs, há desde cartões de crédito sem taxa, bancos digitais e empréstimos online, até possibilidades de investimentos que as corretoras ainda não têm.
Hoje, o Econoweek vai falar de peer-to-peer lending, uma maneira de você investir em renda fixa com retorno de mais de 300% do CDI, equivalente a mais de três vezes o retorno do Tesouro Selic, e você não encontra nos bancos e nas corretoras.
Mas, primeiro, vamos começar pelo básico.
O que é uma fintech?
Fintechs são startups que trabalham para inovar e otimizar serviços do mercado financeiro. Seja um banco digital, que acaba com a necessidade de enfrentar filas em agências bancárias, seja um cartão de crédito sem tarifa, que você resolve tudo via aplicativo.
Startup é uma empresa jovem, que surge com uma inovação de um modelo antigo. Não necessariamente precisa ser digital.
Mas uma fintech é digital, já que a palavra vem da junção de "finanças" e "tecnologia".
Essas empresas moderninhas têm estruturas de custo muito menores comparadas às empresas tradicionais e esse é um dos motivos de elas conseguirem oferecer soluções melhores e mais baratas.
Nesse caso, também conseguem oferecer investimentos mais rentáveis, que pagam mais que as aplicações tradicionais.
Como investir por uma fintech?
O modo de investir através de corretoras, você já deve conhecer. Se ainda não conhece e continua com os seus investimentos na poupança, pare tudo agora e abra uma conta em uma corretora.
Há várias boas opções que não cobram nada de tarifa no Tesouro Direto e mesmo em ações. É possível abrir uma conta na hora pelo seu celular e há muitos investimentos que podem não estar disponíveis nos grandes bancos.
Mesmo assim, as corretoras não têm investimentos de renda fixa que dão retorno de mais de 300% do CDI, como os que estamos falando aqui.
Para investir nisso, vou usar o exemplo da MatchMoney, que surgiu há mais ou menos um mês e é parceira do canal Econoweek no YouTube. Mas há outras opções surgindo por aí.
No site da MatchMoney, você verá algumas opções de investimentos com prazos de resgate entre três e 36 meses, com a possibilidade de receber tudo ao final do período combinado, ou receber as suas parcelas mensalmente. A diferença é que essa parcela recebida deixa de render juros para você, enquanto se deixar para receber tudo no final, essas parcelas continuam rendendo.
Como nos investimentos tradicionais, quanto maior o prazo que deixar o dinheiro parado, maior os juros de retorno que irá receber.
Como rende mais de três vezes o Tesouro Selic?
Como dissemos, todas as fintechs já contam com uma estrutura muito mais leve que as empresas tradicionais, podendo oferecer a seus clientes produtos mais vantajosos.
O que algumas fintechs de investimento trouxeram de novidade são produtos de investimentos que antes só estava disponíveis para investidores institucionais.
Falei economês? Traduzindo, esse tipo de investimento, que qualquer um pode investir, tem o mesmo formato de investimentos que, até então, apenas bancos e fundos tinham acesso.
Empresas interessadas em captar dinheiro, procuram essas fintechs, que possibilitam que a pessoa física invista emprestando dinheiro para essas companhias.
Sabe os fundos imobiliários? Eles têm em sua composição vários produtos financeiros, como por exemplo CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários), que dentro deles têm investimentos similares a esses que algumas fintechs oferecem.
Investimentos tradicionais dividem seus rendimentos entre fundos, corretoras e o investidor final.
Isso quer dizer que os investimentos tradicionais são ruins? Não. São bons. Mas agora há a possibilidade de eliminar todos esses intermediários e ter um retorno muito mais interessante.
É seguro investir via fintechs?
Falando de riscos, essa é um ponto muito importante. Não é para qualquer um investir nessa modalidade.
Investir via fintechs exige uma análise cuidadosa tanto do seu perfil e objetivos, como da própria fintech e as garantias que ela oferece.
Essa modalidade de investimentos ainda não oferece a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), mas há algumas coisas para se observar em relação à segurança:
- Veja as avaliações dessa fintech na internet. Saber o que outras pessoas estão falando é importante;
- É regulada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) ou pelo Banco Central? Dependendo da modalidade de investimentos, há um órgão regulador ou parceiro;
- Há alguma garantia adicional? Esse ponto é muito importante e merece até um tópico especial.
Garantias
No caso dos investimentos tradicionais, alguns são cobertos pelo FGC, outros não. O próprio Tesouro Direto não é coberto pelo FGC, mas oferece a segurança de ter o governo por trás, que nunca deu um calote na história do Tesouro Direto.
No caso das fintechs, muitas vezes, elas não oferecem muitas garantias e são novas demais para confiarmos "de peito aberto".
Mas a MatchMoney achou uma solução interessante. Toda empresa que quer captar um dinheiro por lá tem que deixar um imóvel como garantia, via alienação fiduciária. Se a empresa tomadora de crédito ficar inadimplente, a fintech vende esse imóvel para continuar pagando os rendimentos do cliente investidor.
Investir via fintechs é para você?
Primeiro, se você ainda não tem uma reserva de emergência ou ainda está só com a sua poupança, talvez seja melhor não investir nesse tipo de coisa por enquanto.
Isso porque, apesar de todas as garantias que citamos, o risco é maior que o Tesouro Direto e algumas outras modalidades de investimentos tradicionais. Esse também é um dos motivos de os rendimentos serem maiores.
Caso queira testar essa modalidade de investimentos, recomendamos direcionar uma pequena parcela dos seus investimentos para isso. Vale a pena começar aos poucos, antes de investir um volume maior, atrás de rendimentos mais interessantes.
Você investiria via fintechs? Por que?
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Sobre os Autores
Yolanda Fordelone: economista e jornalista, teve passagens por grandes jornais nas áreas de economia e finanças, foi professora em um curso de graduação em Economia e hoje coordena uma equipe em um aplicativo de gestão financeira. Além disso, se dedica às finanças pessoais no Econoweek.
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