Será que todo economista sabe economizar e investir? Entenda a profissão
Se você é um economista (assim como nós do Econoweek) ou pretende ser, já deve ter se deparado com a alguém falando: "Ah, então você sabe economizar" ou "você deve investir muito bem, não é?". Mais comum ainda, todo amigo quando vai viajar lembra de você para perguntar qual é o melhor momento para comprar dólar, aposto.
Hoje, vamos explicar o que faz um economista
Apesar de que nem todo economista sabe economizar como deveria, a economia estuda escolhas diante da escassez, não apenas de dinheiro: de pessoas, de tempo, de tudo o que é limitado e a que atribuímos valor.
Normalmente, temos vontade de fazer mais coisas do que temos dinheiro para fazer. E aí temos que escolher com o que vamos gastar. Com o tempo é a mesma coisa: temos 24 horas no dia e 365 dias no ano para fazer tudo o que queremos fazer. Inevitavelmente, algumas coisas deixarão de ser feitas por falta de tempo. Escolhemos fazer aquilo que preferimos ou o que temos que fazer.
É esse o campo de estudo da economia: que escolhas fazemos como indivíduos, como empresas ou como governos. E quais são os desdobramentos dessas escolhas em nosso bem-estar, na formação de preços, no câmbio, e por aí vai.
Aliás, temos um vídeo chamado Guia Profissão Economista em nosso canal do YouTube. Além de o conteúdo ser diferente, esse vídeo já tem quase quatro anos que foi publicado. Vale a pena assistir para saber mais sobre a carreira e também para ver a evolução da produção audiovisual do Econoweek.
Qual é a imagem que as pessoas têm de um economista?
É muito comum imaginar a imagem caricata de um economista trabalhando em um banco, que entende tudo de conta, que sabe tudo de investimentos e que só pensa em dinheiro.
Na verdade, a faculdade de economia sequer é do grupo de exatas. O curso de economia (ou de ciências econômicas, como algumas faculdades preferem chamar) é de humanas, mas há quem prefira adequá-lo dentro do campo das ciências sociais aplicadas.
Para quem já está mais por dentro do que é a economia, também é comum pensar que ela se resume a projeções de juros, dólar, PIB, inflação… Mas é muito mais do que apenas isso.
Economistas, com interesses diferentes, tentam entender a relação de causa e efeito entre várias coisas:
- Como a baixa taxa de coleta e tratamento de esgoto, realidade brasileira, impacta no nível de escolaridade dos jovens e no salário que eles terão na vida adulta;
- Como leis de aborto tiveram impacto na criminalidade (conforme analisou o economista Steven Levitt, autor do empolgante e polêmico livro "Freakonomics: O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta";
- O Bolsa Família incentiva ou não as pessoas a ter mais filhos;
- Qual é a relação entre o desemprego e a alta dos preços dos produtos no supermercado;
- O aumento da produção de papelão e embalagens indica algo sobre a economia de um país?
E essas perguntas quase nunca garantem uma resposta 100% correta.
A matemática, a econometria e todo o recurso de exatas da economia são só algumas das ferramentas que o economista tem para lidar com esses problemas.
Não adianta nada ter domínio preciso de cálculo, programação e softwares econométricos, se o profissional formado em economia não tiver a criatividade para imaginar as possíveis razões do problema com o qual está lidando, tampouco se ele não souber fazer as perguntas corretas que o encaminhem para a solução do problema.
Também pouco adianta ser criativo e curioso, mas falhar na hora de fazer as operações matemáticas básicas.
O economista é um profissional polivalente. E isso é muito legal.
Onde o economista trabalha?
Com isso, já dá para ver onde um economista pode trabalhar. Vamos a alguns exemplos:
- No mercado financeiro, lidando com desde investimentos até concessão de crédito e análise de risco de cada tipo de operação, ou ainda com planejamento financeiro e assessoria de investimentos;
- Em várias áreas da iniciativa privada, como em consultorias e empresas, ajudando, por exemplo, a determinar a quantidade e o preço adequados que uma marca deve oferecer o seu produto para ter o maior lucro possível (dica: esse é um campo de estudo da microeconomia);
- Em economia do direito, ajudando a avaliar o impacto de consolidação de duas grandes empresas em uma só, e se isso terá impacto negativo para a população (os famosos monopólios ou oligopólios, quando há uma ou poucas empresas oferecendo determinado produto ou serviço);
- Pode trabalhar com pesquisas para a iniciativa privada ou para a academia (é assim que chamam os profissionais que se dedicam a ensinar e a pesquisar: acadêmicos). Lembra os exemplos que demos de campos de estudo? O economista ajuda as empresas a atuar melhor em seus mercados e a analisar seus concorrentes, ou mesmo qualquer outro campo de estudo que seja de interesse da sociedade, que o economista pode pesquisar com auxílio financeiro de uma universidade ou governo;
- E também pode atuar para o governo, seja lidando com contas públicas, desde com planejamento até orçamento, ou atuando na construção de diretrizes para o mercado, em órgãos como a CVM e o Banco Central;
Citamos apenas alguns exemplos de cargos típicos que economistas podem ocupar, mas não podemos esquecer que, qualquer faculdade que façamos, ela normalmente não fecha o leque de opções, mas sim o abre. Afinal, você terá desenvolvido novas habilidades, somando às que você já tem.
O economista também pode fazer outras coisas que não são óbvias. Se são necessárias capacidade analítica e habilidade com contas, o economista pode estar bem preparado para a vaga. Por que não?
Agora, toda vez que te perguntarem o que faz um economista, ou se você é mão de vaca e sabe economizar, você já tem um monte de argumentos para explicar direitinho.
O campo de atuação do economista é muito vasto e apaixonante.
Esse conteúdo foi inspirado nos posts do @professordabliu e do Leonardo Siqueira, do Terraço Econômico. Vale a pena conhecê-los e aproveita para deixar um comentário falando desse texto do Econoweek.
O que mais um economista pode fazer?
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Sobre os Autores
Yolanda Fordelone: economista e jornalista, teve passagens por grandes jornais nas áreas de economia e finanças, foi professora em um curso de graduação em Economia e hoje coordena uma equipe em um aplicativo de gestão financeira. Além disso, se dedica às finanças pessoais no Econoweek.
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