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Por que o iPhone é tão caro? Economista explica

César Esperandio

20/09/2019 04h00

Hoje acontece o início das vendas do novo iPhone em vários países. São três modelos: o iPhone 11 (por US$ 699),  iPhone 11 Pro (por US$ 999) e o iPhone 11 Pro Max (por US$ 1.099), segundo o site especializado Tilt. Em breve, os novos iPhones deverão chegar ao Brasil, tipicamente bem caros, como sempre. Hoje, o Econoweek te explica alguns dos motivos para ele ser tão caro.

Quando ouvimos falar "iPhone" e "lançamento", logo vem à mente filas enormes de pessoas dispostas a pagar bem caro logo no primeiro dia de venda, mesmo sabendo que os preços cairão em seguida. No caso dos iPhones, em média quatro ou cinco meses após o lançamento, costuma haver uma redução de preço de mais de 30%. A gente já fez essas contas. Clique aqui para conferir. A nossa recomendação, se você não tem tanta pressa para comprar um produto novo, é esperar eles baixarem de preço entre dois e quatro meses após o lançamento.

Para capturar esse público que esperaria os preços baixarem, a Apple e outras marcas têm como estratégia lançar mais de uma versão do mesmo aparelho: pelo menos uma mais barata e outra mais cara, como é o caso do iPhone 11, que chega em três versões.

Na economia, existe um conceito que explica essa estratégia: a ancoragem de preços. Para definirmos o que é caro ou barato, usamos sempre uma comparação. Nesse caso, ao virmos que o iPhone 11 Pro Max é mais caro, passamos a ter a impressão que o iPhone 11, o mais simples entre eles, não é tão caro assim. Quando, na verdade, ele está longe de ser barato. Os iPhones têm fama de serem sempre entre os smartphones mais caro do mundo.

Ainda falando de economia comportamental, que é para onde essas empresas olham para definir a sua estratégia de vendas, há um conceito conhecido como bens de Veblen. Bens de Veblen, resumidamente, são bens de luxo. Possuir algo que poucas pessoas podem ter dá uma sensação prazerosa, podendo ser uma justificativa para a compra de um item tão caro como o iPhone.

Se há esse consumo para a ostentação, um dos pilares da teoria econômica fica em xeque: a decisão de compra não é puramente racional!

A Apple e outras marcas cobram mais caro no dia do lançamento justamente para capturar o máximo de dinheiro do consumidor que está disposto a pagar um valor alto para ser o primeiro a adquirir essa novidade.

Você sabia que no lançamento iPhone 10, a versão anterior, em 3 de novembro de 2017, o brasileiro que ganhava um salário mínimo da época precisaria trabalhar sete meses para comprar o iPhone logo no lançamento, segundo cálculo do jornal O Estado de S.Paulo? Haja dinheiro!

Existem outros motivos que justificam o preço que os smartphones alcançaram, tal como a importância que ele ganhou em nossas vidas pessoais e profissionais, diante da alta tecnologia aplicada, transformando-se quase em um computador de bolso. Mas falamos apenas de algumas explicações sob a ótica da teoria econômica.

É claro que não estamos dizendo que, se você realmente quiser o aparelho, você não deve comprar o iPhone mais novo. Isso é pessoal, e queremos tornar a sua escolha mais informada, para que você tome uma decisão totalmente consciente.

E você? Vai comprar o iPhone assim que der? Vai esperar os preços caírem? Ou prefere outra marca?

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Sobre os Autores

César Esperandio: economista com ênfase em planejamento financeiro, com larga experiência no mercado financeiro. Já atuou em setores macroeconômicos de bancos e consultorias, além de ter passado por empresa de pesquisas de mercado. Hoje se dedica exclusivamente ao Econoweek, com foco em investimentos.

Yolanda Fordelone: economista e jornalista, teve passagens por grandes jornais nas áreas de economia e finanças, foi professora em um curso de graduação em Economia e hoje coordena uma equipe em um aplicativo de gestão financeira. Além disso, se dedica às finanças pessoais no Econoweek.

Sobre o Blog

O Econoweek é um blog escrito por dois economistas que querem traduzir a economia, as finanças e o dinheiro.