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Amazon Prime vale a pena? Economista faz as contas

César Esperandio

13/09/2019 04h00

A Amazon acabou de lançar o Amazon Prime, serviço que, por R$ 9,90 no plano mensal ou R$ 89,00 no plano anual, inclui frete grátis para produtos selecionados, acesso ao Amazon Prime Video e Amazon Music, concorrentes da Netflix e do Spotify, além de outras coisas.

Mas será que tudo isso vale a pena? Hoje, o Econoweek vai te mostrar os detalhes do serviço, quais são as diferenças para os principais concorrentes, o tamanho da possível economia e o raciocínio que um economista faz para decidir se adquire ou não um serviço desse tipo.

Compras online com frete grátis

O frete grátis não é para todo o catálogo de produtos, mas apenas para produtos selecionados, bem como o desconto oferecido em alguns itens. A boa notícia é que, segundo o anúncio da Amazon, este benefício está vigente para todos os estados do Brasil.

Nós testamos três CEPs (em Salvador, João Pessoa e Rio Branco), e a entrega grátis foi possível em todos eles.

Um concorrente que oferece um serviço parecido é a Americanas, com o Americanas Prime a R$ 79,90 por ano, equivalente a R$ 6,66 por mês.

De maneira similar, a Americanas oferece frete grátis e descontos apenas em produtos selecionados, disponível para a maioria dos CEPs das regiões Sudeste e Sul, segundo o anúncio da loja. Porém, nós testamos a entrega gratuita para um CEP de Salvador, que funcionou. Já para João Pessoa e Rio Branco, o serviço não estava disponível.

Como diferencial, a Americanas Prime oferece duas entregas em até 24 horas sem custo adicional.

Streaming de vídeo

Similar à Netflix, o concorrente imediato, o Amazon Prime Video tem um cardápio de filmes e séries, com produções próprias, inclusive. Há a possibilidade de acesso em até três telas ao mesmo tempo, com resolução até 4K, dependendo do título.

Quem já assinava o serviço por R$ 14,90 por mês terá a redução automática no preço e poderá acessar todos os demais serviços do pacote Amazon Prime.

No pacote mais barato da concorrente Netflix, o preço é de R$ 21,90 por mês, porém com acesso de apenas uma tela por vez e sem resolução HD, disponível apenas em pacotes mais caros.

Streaming de jogos

O Twitch, plataforma de streaming de jogos ao vivo da Amazon, no pacote, conta com desconto em jogos e outros itens. O concorrente imediato é o YouTube Gaming, pelo qual dá para assistir ou transmitir seu game favorito ao vivo enquanto você joga, ao mesmo tempo em que conversa com outras pessoas em um chat.

Ambos os serviços de streaming de games já estavam disponíveis gratuitamente para todos os brasileiros (sem levar em conta a possibilidade de descontos em jogos).

Streaming de música

O Prime Music é o concorrente do Spotify, que cobra a partir de R$ 16,90 por mês. Mas vale lembrar que há também promoções para estudantes.

No Prime Music, por meio do aplicativo Amazon Music, é possível ouvir as 2 milhões de músicas disponíveis. O serviço de música oferecido no pacote da Amazon é mais simples que outro pacote pago da própria Amazon.

A Amazon oferece também como alternativa o Amazon Music Unlimited, com 50 milhões de músicas, pelo mesmo preço do Spotify, R$ 16,90 por mês.

Leitura de livros e revistas

No pacotão, também há um serviço que pode ser chamado de "Netflix dos livros", o Prime Reading, no qual há a disposição centenas de livros e revistas digitais para ler em uma seleção rotativa.

A Amazon oferece outro serviço mais caro, só que mais completo: o Kindle Unlimited, no qual há a disposição mais de 1 milhão de livros para ler no seu celular, computador ou Kindle, por R$ 19,90 ao mês.

Um dos concorrentes imediatos aqui no Brasil é o Ubook, que, além de livros digitais, também deixa à disposição algumas revistas, audiobooks e podcasts, por R$ 29,90 por mês.

Diferença de preços

Embora os serviços oferecidos pela Amazon e seus concorrentes não sejam perfeitamente comparáveis, calculamos a economia possível em caso de contratar individualmente cada um dos concorrentes citados, sempre na opção mais barata disponível.

O pacote da Amazon Prime anual custa R$ 89,00 por ano, equivalente a R$ 7,42 por mês. Consideramos o plano de R$ 21,90 da Netflix, o pacote de R$ 29,90 do Ubook, o serviço de entregas Americanas Prime de R$ 79,90 por ano, ou R$ 6,66 por mês. Mas deixamos de fora da conta o Spotify e o YouTube Gaming por serem serviços que podem ser consumidos gratuitamente, bem como os similares oferecidos pela Amazon.

O somatório desses serviços concorrentes individuais seria equivalente a R$ 58,46 por mês ou R$ 701,52 por ano. A diferença é de mais de R$ 51 por mês, que chega a R$ 612 por ano.

A comparação de preços parece vantajosa, mas…

  1. Os produtos oferecidos no pacotão da Amazon Prime não são exatamente idênticos aos seus concorrentes, que são vários. Cabe a você avaliar se a troca vale a pena ou não.
  2. Não use isso como desculpa para fazer mais um gasto desnecessário: você vai mesmo usar todos os serviços do pacote?
  3. Você tem 30 dias para testar o Amazon Prime gratuitamente. Se decidir fazer o teste, lembre-se de colocar um alarme no celular para não se esquecer do último dia que ainda dá para cancelar o serviço sem pagar nada.

O que esperar da concorrência?

  1. O primeiro ponto a se ter em mente é que não sabemos se a Amazon manterá esse preço para sempre. Nos Estados Unidos, o serviço é bem mais caro: US$ 12,99 por mês, mais de R$ 50 na conversão de hoje.
  2. Podemos esperar, possivelmente, que os concorrentes pensem em baixar o preço dos seus serviços, ou ainda se unirem para oferecer um pacote de serviços tão ou mais completo que o que é oferecido hoje no Amazon Prime.

O que vemos é a chamada "guerra de preços", que pode ser muito boa para nós consumidores, pois tende a melhorar os serviços oferecidos por diversas marcas, além de levar a preços mais competitivos.

Apenas tome cuidado com compras por impulso e sem necessidade.

Você assinaria o Amazon Prime? Por quê?

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Sobre os Autores

César Esperandio: economista com ênfase em planejamento financeiro, com larga experiência no mercado financeiro. Já atuou em setores macroeconômicos de bancos e consultorias, além de ter passado por empresa de pesquisas de mercado. Hoje se dedica exclusivamente ao Econoweek, com foco em investimentos.

Yolanda Fordelone: economista e jornalista, teve passagens por grandes jornais nas áreas de economia e finanças, foi professora em um curso de graduação em Economia e hoje coordena uma equipe em um aplicativo de gestão financeira. Além disso, se dedica às finanças pessoais no Econoweek.

Sobre o Blog

O Econoweek é um blog escrito por dois economistas que querem traduzir a economia, as finanças e o dinheiro.