Medo de ir da poupança para a Bolsa? Saiba diversificar para cortar riscos
Quer sair da poupança, começar a pensar além da renda fixa e investir em ações, mas não sabe por onde começar e nem como diversificar para minimizar o risco?
Eu sou César Esperandio, economista do Econoweek, a tradução da economia. E, hoje, vou explicar o conceito de diversificação de investimentos para você começar a fazer isso sozinho.
Para que serve a diversificação
Diversificar os investimentos, traduzindo, é "não colocar todos os ovos em uma cesta só". Se a cesta cair, você perderá todos os ovos. Mas se você distribuir os mesmos ovos em várias cestas, além de cada uma ficar mais leve, se uma cair, todos os outros ovos ainda continuarão inteiros.
Nos investimentos, desde os considerados mais arriscados aos mais seguros, vale a mesma lógica. Se você investir todo o seu dinheiro em apenas uma ação, está correndo o risco de essa ação cair e você ter prejuízo. Da mesma maneira, se você investir todo o seu dinheiro na poupança, corre o risco de a inflação subir e você ter prejuízo.
Aliás, é isso o que tem acontecido: quem deixa o dinheiro na poupança tem um rendimento tão pequeno, que não chega nem a ganhar da inflação. De modo que você sofre da chamada ilusão monetária: parece que ganha um pouquinho, mas o seu dinheiro é corroído pela inflação, passando a valer menos do que antes. Na prática, você perde dinheiro.
Assim, o objetivo da diversificação dos investimentos é minimizar o risco, ao mesmo tempo em que se busca maximizar os ganhos. É tentar lucrar sem ser inconsequente, diminuindo as chances de perda.
Outra vantagem da diversificação é trazer tranquilidade. Um bom indicador para saber se você já diversificou o suficiente é se perguntar se seus investimentos te trazem preocupação. Se a resposta for sim, talvez você precise diversificar mais.
Uma boa carteira de investimentos (como é chamado o conjunto de investimentos que você tem) é aquela que traz a tranquilidade de um futuro melhor. Não aquela que nos tira o sono no presente.
Além disso, a diversificação dos investimentos também é uma maneira de buscar novas oportunidades de investimentos. Não se acomode apenas com o que seu assessor de investimentos recomendou para você. Continue buscando e aprendendo sempre mais com novos tipos investimentos.
Como diversificar
Primeiramente, para diversificar os investimentos, você não precisa ser radical e abandonar todos os seus investimentos atuais. Ou seja, não precisa sacar tudo para já montar uma carteira diversificada logo de início.
Se investe apenas no Tesouro Direto, que é um tipo de renda fixa, comece a direcionar uma pequena parte para a renda variável, como as ações, bem como para outros ativos de renda fixa privada, como é o caso do CDB, Debêntures, LCIs e LCAs.
Se ainda deixa o seu dinheiro na poupança, comece da mesma maneira: devagar. Aos poucos, experimente novos investimentos, tome familiaridade, perca o medo e verá que é um caminho sem volta. Você vai se apaixonar pelos rendimentos muito acima da poupança.
Falando de renda variável, tenha em mente que cada ação representa um pedacinho de uma sociedade em uma empresa. Desse modo, para diversificar seus investimentos é interessante ter ações de empresas de setores diferentes.
Se o setor de aviação vai mal por qualquer motivo, suas ações do setor varejista continuam indo bem, tal qual suas ações de empresas de eletricidade, empresas de telefonia, agronegócio e assim em diante.
Há vários outros exemplos de possibilidade de diversificação de investimentos, como ouro, dólar, fundos com diversas estratégias diferentes e até fintechs. Mas você já entendeu o espírito da coisa.
Mais novidades de empréstimos como forma de ganhar dinheiro
Para os que já começaram a diversificar a carteira, já comentamos diversas vezes sobre as fintechs de investimentos. Cada uma com uma solução, riscos e possibilidades de retornos diferentes. Sejam algumas que prometem ganhos com empréstimos a empresas, pessoas ou incorporadoras. Veja a seguir como funcionam alguns exemplos e quais os riscos:
Já comentamos da Nexoos, uma plataforma de empréstimo às empresas, que promete rentabilidade mediana de 18% ao ano, conforme divulgado pela própria Nexoos, e dependente de uma carteira devidamente diversificada.
Ainda segundo a Nexoos, uma carteira devidamente diversificada tem uma inadimplência média de 9,1%.
Além dessa modalidade, há fintechs que permitem o empréstimo de pessoa para pessoa, como a Mutual, onde a rentabilidade esperada pode chegar a 216% do CDI.
Esse é um excelente retorno sobre o investimento, mas há o risco da inadimplência, que pode chegar a 19,4%, segundo dados divulgados pela Mutual.
Outro exemplo é a Peak Invest, uma fintech de investimentos de pessoas para empresas. Nessa plataforma são conectadas empresas que precisam de empréstimos, mais baratos do que teriam nos bancos, com pessoas dispostas a emprestar.
Na prática, uma empresa procura a Peak Invest para que eles façam uma análise do risco da operação. Caso seja aprovada, há uma classificação de A1 a D3, do menor para o maior risco, e taxas de 1,26% a 3,17% ao mês, equivalentes a 16% e 45% ao ano, muito acima da Selic e melhor que muitas ações.
Essa é uma possibilidade de diversificação de investimentos, ao passo que se fomenta novos negócios que querem crescer.
Antes de tudo, é importante destacar que essa não é uma modalidade de investimentos para pessoas de perfil conservador. Afinal, seus investimentos não estarão protegidos pelo FGC, o Fundo Garantidor de Crédito.
Mesmo que você se considere adepto ao risco nos investimentos, estamos falando de diversificação: reserve uma pequena parte para testar esse tipo de investimento e diversifique dentro da plataforma, pois o risco é considerado alto e há chance de inadimplência, hoje em 4,5%, segundo a Peak Invest, que afirma tentar controlar com um sistema de cobranças assíduo.
Além disso, para todos esses investimentos, vale a pena estar atento aos prazos para resgate. Se a ideia é usar o dinheiro em breve, talvez esse não seja o melhor caminho.
Algumas dessas opções de investimentos permitem o resgate do valor total apenas ao final da operação.
Como está a diversificação dos seus investimentos? Já se sente seguro o suficiente?
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Sobre os Autores
Yolanda Fordelone: economista e jornalista, teve passagens por grandes jornais nas áreas de economia e finanças, foi professora em um curso de graduação em Economia e hoje coordena uma equipe em um aplicativo de gestão financeira. Além disso, se dedica às finanças pessoais no Econoweek.
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