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Empiricus: entre polêmicas e investimentos

César Esperandio

26/07/2019 04h00

Provavelmente você já ouviu falar da Empiricus, seja por seu serviço de recomendações de investimentos ou por suas polêmicas campanhas publicitárias, dentre elas, o caso Bettina, que virou meme neste ano. Hoje, o canal Econoweek bateu um papo com o Felipe Miranda, o fundador da Empiricus, para entender a estratégia do negócio e as controvérsias que envolvem a empresa.

Antes de falarmos das campanhas publicitárias, vamos abordar a pressão que a Empiricus sofre da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que se enquadre em normas válidas para todas as atividades de investimentos e do mercado financeiro, inclusive regras de publicidade. Mas o fundador da empresa rebate: "Entendemos que estamos no mercado editorial. Não estamos no mercado de valores mobiliários", afirma Miranda. Desta maneira, o entendimento é que podem atuar mais livremente.

"A gente precisa impactar muita gente". Com essa afirmação, Miranda justifica as propagandas de sua empresa, que garantem ser possível multiplicar o patrimônio de seus assinantes em algumas vezes, caso sigam as estratégias recomendadas pela Empiricus. É neste ponto, porém, que a empresa é muito criticada, por deixar de fora as advertências de riscos e incertezas que são típicas de investimentos no mercado de ações e renda variável como um todo.

Já para Tiago Reis, fundador da Suno Research, uma empresa do mesmo segmento, o marketing da Empiricus "é propaganda enganosa". "Eles já foram notificados por diversas autoridades. Propaganda enganosa não é somente uma brincadeira de mau gosto. Existem diversos relatos de clientes lesados. Além disso, não é segredo para ninguém que isso desequilibra o ambiente competitivo, pois uma mentira bem contada converte mais que uma dura verdade", declara Reis.

O modelo por trás de tudo isso, segundo Miranda, é que, ao impactar um grande público e aumentar a sua carteira de clientes, consegue sustentar uma volumosa e competente equipe de analistas de investimentos, que fornece os insights de oportunidades de ver o patrimônio da clientela crescer.

Este ponto mais uma vez é rebatido pelo executivo da Suno, que afirma que "trabalhar como analista em um lugar assim significa nunca mais ter emprego de analista em nenhum outro lugar". "Trabalhar em um ambiente que descumpre as normas de mercado equivale a sepultar instantaneamente a carreira. Quem vai contratar um analista punido pelo órgão de classe? Eu não. E qualquer banco ou corretora faria o mesmo", afirma Reis.

Além disso, Reis também lembra que as avaliações no site Reclame Aqui são bem diferentes entre os clientes de ambas as empresas.

E você? Acha que é válido o modelo adotado pela Empiricus, ou campanhas publicitárias que fomentem a educação financeira seriam melhores? O bate-papo completo, você pode verificar no vídeo aí acima.

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Sobre os Autores

César Esperandio: economista com ênfase em planejamento financeiro, com larga experiência no mercado financeiro. Já atuou em setores macroeconômicos de bancos e consultorias, além de ter passado por empresa de pesquisas de mercado. Hoje se dedica exclusivamente ao Econoweek, com foco em investimentos.

Yolanda Fordelone: economista e jornalista, teve passagens por grandes jornais nas áreas de economia e finanças, foi professora em um curso de graduação em Economia e hoje coordena uma equipe em um aplicativo de gestão financeira. Além disso, se dedica às finanças pessoais no Econoweek.

Sobre o Blog

O Econoweek é um blog escrito por dois economistas que querem traduzir a economia, as finanças e o dinheiro.